Bulindo nos meus tesouros numa tarde de sábado com preocupações casuais, encontrei esse poema sem nome, sem autor e sem rumo. O mais engraçado é que fui tentar encontrá-lo na net e nem sinal. Porém, o pior de tudo isso é pensar que talvez seja meu e não o reconheço. Como pode uma mãe não reconhecer seu filho? Resolvi então postá-lo.
Talvez a experiência de dormência
Tenha me dado a necessidade de despertar
A dormência que me assolou
Já não me assola mais
Agora
Só penso no acordar
No passo de cada vez
E no dia após dia
Porque o não 'valer a pena' é relativo
Não valeu porque não vingou
Mas valeu porque me ensinou
Me ensinou e me provou velhos ditados
Que juro nunca ter acreditado
E quem precisa de detalhes
Quando os mesmos de nada mais valem
Posso dizer que me valeu a comprovação
Valeu de experiência
Valeu como erro
Valeu o sangramento visível do orgulho
Aquele meu orgulho
Nunca antes ferido
Nunca antes atingido
Sangrou!
E foi necessário atingi-lo para me dar conta
que posso ser atingida.
Vou, pois, agora curá-lo
E esperarei uma próxima vez
Porque o nunca não existe
E o pra sempre muito menos.
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